#Esse amor é nosso
Você não me comprava anéis, nem colares caros, mas
mesmo assim eu gostava das coisas que recebia. Geralmente eram flores com uns
cartõezinhos bonitinhos. De vez em quando você até arriscava a escrever alguma
coisa, lembra? Não me dava as estrelas, mas eu meio que me sentia no céu – o que
era completamente clichê.
Nosso relacionamento era incrível, eu não tinha
muito de que reclamar. Eu tinha aprendido a esperar bem mais de mim mesma do
que você. Por isso, de vez em quando eu me pegava cantando para você, qualquer
canção, apenas para vê-lo sorrir. Era uma coisa que apenas me fazia adorar
ainda mais estar contigo; já você, gostava de retribuir, de dizer o quanto eu
sempre era perfeita cantando, ou o quanto a minha cara de travesseiro estava
bonita logo pela manhã. Eu sabia que existia certa hipérbole, mas como não ser
seduzida por suas palavras? Você sempre conseguia me ganhar com muito pouco: com
seu sorriso característico, com um bombom fora de hora, com um dueto
improvisado.
Eu tinha aprendido a parar de gostar de ficar
sozinha, gostava mais da sua companhia. Das suas mãos nas minhas, dos seus beijos, por vezes, imprevisíveis. Não havia muito espaço entre nós – não éramos do tipo
de esconder a felicidade, nem de evitar um sorriso público. Estávamos
aprendendo juntos a não nos importar com o que diziam, a nos importar mais
conosco, a cuidar mais um do outro – mesmo que aquilo parecesse ridículo.
Eu era meio ignorante com relação ao amor,
achava que meu coração era seu, para sempre. Acreditava que nosso destino era
esse: eu e você, sem mais ninguém por perto. Por vezes, achava que deveria lhe
confessar todos os sonhos malucos que já planejara para nós: eu, você, uma casa
do campo. Ou então, eu, você e nossos animais velhos e ranzinzas. E, talvez
ainda, dois ou três filhos. Não me importava se era muito, ou pouco: era o que
minha mente me fazia querer. Eu meio que necessitava desse futuro. Queria que
ele estivesse o mais próximo de nós do que realmente estava. Tínhamos 15 anos –
e nada era para sempre. Mas quem sabia? O futuro era naquele dia. Se era ridículo?
Textos cada vez mais perfeitos Nininha. Muito lindo e como sempre com aquele ar melancólico que quase todos os seus textos têm.
ResponderExcluirLindos sonhos e planos repletos de amor.
ResponderExcluirwww.iasmincruz.com
"Achava que o ridículo mesmo era fingir que não estava feliz."
ResponderExcluirAdorei o texto!!
http://sonharnostemposdoagora.blogspot.com.br/