#Resenha: Amor em Jogo
Hoje venho trazer a resenha do livro Amor em Jogo, da escritora franco-brasileira Anaté Merger. Ela faz parte do grupo de parcerias que iniciei no final do ano passado e fico muito orgulhosa por ter conhecido o trabalho dela.
Título: Amor em Jogo
Autora: Anaté Merger
Editora: Ases da Literatura
Ano: 2014
Páginas: 378
★★★★★
Desde a primeira vez que li a sinopse, eu fiquei muito curiosa pelo livro e já tinha em mente que ele seria incrível (eu sei, não é bom "vangloriar" uma história com base apenas na sinopse, mas aconteceu com Amor em Jogo). E eu acertei: ele é mesmo incrível. Você pode achar que a história é apenas mais um clichê como tantas outras, mas a autora conseguiu transformar sua trama em algo a mais.
Amor em Jogo é narrado em terceira pessoa, mas no presente (às vezes houve algumas confusões temporais e, na minha opinião, neste ponto a revisão poderia ter sido melhor), mas nada que prejudicasse a leitura. A personagem principal, Alix, está passando por um período turbulento com a perda dos pais e da fazenda da família. Mas é aí que duas amigas entram em ação e a levam para uma viagem de verão. Trixxie, Noé e Alix vão parar em Sant-Tropez, um lugar paradisíaco. Lá, suas amigas dão aulas de etiqueta e moda para Alix com o intuito que ela arranje um trabalho, sendo que a garota é muito ligada à terra, então todas as vagas disponíveis na cidade não a apetecem. Depois de várias tentativas, Alix acaba entrando para a Confraria de Ases, uma espécie de cooperativa que só contrata mulheres para funções, aparentemente, de donas de casa. Todas as Damas da Confraria servem um ator mundialmente conhecido, o Cliff Forestier. Alix assina o contrato sem saber muito bem o que está assinando. Nesse meio tempo, ela conhece melhor Nathan, um cara que conheceu na feira. Alix fica encantada com ele, pois parece que ele é exatamente como ela, gosta da terra e é bastante humilde e fofo.
Durante alguns dias, Alix trabalha normalmente na Confraria de Ases, até que descobre que aquele emprego vai além de ser uma mera empregada na casa. Quando descobre a verdade, ela não sabe o que fazer, já que não pode romper o contrato sem pagar uma multa altíssima. Alix também tem de lidar com o que sente pelo seu patrão, Cliff. Ele é um homem frio, que apenas dá ordens e que age de modo dissimulado e cínico. Alix não sabe quem ele é de fato e tem dúvidas se pode confiar nele.
O que mais me chamou atenção foi o fato de que todos os personagens em volta de Alix eram imprevisíveis e ambíguos. Alix é a única que o leitor "segue" todo hora, de modo que a conhecemos muito bem ao longo da leitura. Acho que o grande jogo do livro foi justamente a proposta da autora de manipular os personagens e, por conseguinte, a mente do leitor. Por mais que o leitor tenha suas teorias, muitas revelações vêm à tona de forma surpreendente. Adoro tramas nas quais o leitor se sente presente em todos os momentos e que, mesmo assim, não tem previsão alguma sobre o que pode acontecer a seguir. Amor em Jogo cumpriu perfeitamente o seu papel de forma irreverente e inteligente. É um livro muito adulto (não somente pelos temas abordados, mas também pela forma como foi escrita), no qual os personagens roubam completamente a cena. Aprendi que são os personagens que sustentam uma história e posso assegurar que Alix, Cliff e todos os outros fazem isso com maestria. Toda a trama é trabalhada em cima dos personagens, numa mistura de romance e suspense. Alix, às vezes, tem umas escorregadas de infantilidade (por exemplo, quando ela não sabe o que fazer, chora e se tranca no quarto), mas, de forma geral, é muito forte, combativa e real. Cliff é ambíguo, o que me fez gostar dele em algumas horas, mas detestá-lo em outras. Ele é um pouco abusivo e imponente, portanto não é nada agradável (quer dizer, pelo menos eu não o achei agradável, embora saiba que muitas meninas amem esse tipo, e eu ainda não sei por quê). Nathan é um amor, muito querido e compreensivo, com certeza o que mais me agradou.
O que mais gostei é que, apesar de ser um livro de romance, não há declarações melosas e todas cheias de floreios, como é comum neste gênero. O romance é muito adulto, envolvente e convincente. Em hora nenhuma eu fiquei com vontade de rolar os olhos, ou largar o livro de lado. Aliás, esse foi o primeiro romance longo que li de forma digital em menos de uma semana (levei quatro dias!). Apenas tenho que dar os parabéns à autora, pois seu trabalho é incrível, um dos melhores que já li (e ainda melhor: me fez ter mais vontade de conhecer a França!).
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>>> Decidi que uma forma de vocês conhecerem os autores, além de publicar a biografia deles, é fazendo uma breve entrevista com eles. Espero que gostem da que eu fiz com a Anaté!
1) Como foi o processo de criação do
livro? Desde a ideia inicial até a finalização dele?
A ideia
surgiu quando vi a foto de um iate - em duas páginas - em uma revista de
celebridades. Na página da direita estava um ator americano, deitado, tomando
sol e lendo, na página da esquerda - onde aparecia a ponta da proa do barco -
estavam várias moças de biquini. Por volta das três da manhã acordei com a
ideia, peguei a tablete escrevi o esboço da história e voltei a dormir. Nos
meses seguintes trabalhei no argumento e desenvolvimento dos capítulos e
personagens. Também fiz muita pesquisa: de campo, indo a Saint-Tropez e Lacoste
algumas vezes, sobre iates, festas, lojas, etc. Quando o manuscrito ficou
pronto enviei a dois leitores que me deram as suas preciosas opiniões, refiz
algumas passagens e ele foi para a revisão.
2) Como você se decidiu narrar em
terceira pessoa, mas num tempo presente? (Pergunto isso, pois esse é o primeiro
livro que leio com essa estrutura e me chamou bastante a atenção).
Trabalhei
como jornalista por dezessete anos e usar o presente é natural para mim, o que
não significa que não queira aprender a usar outros tempos, formas de narrativa
e até experimentar estilos diferentes. Espero ainda ter muito tempo para testar
tudo isso.
3) Como várias vezes salientado durante
a narrativa, você acredita que as pessoas têm dois lados e sempre estão agindo
por trás de máscaras e/ou disfarces?
Essa
característica era importante na estrutura de Amor em Jogo. "Alix"
precisava sentir o choque de ter sido enganada, de saber que não deveria ter
confiado em quem confiou, mas prefiro acreditar que as pessoas - no nosso mundo
real - não usam máscaras nem se escondem atrás dos seus problemas. Vamos dizer
que sou otimista e sempre procuro o melhor nas pessoas, mas infelizmente sempre
podemos nos surpreender por isso aprendi a não esperar muito dos outros.
4) Como o fato de você ser
franco-brasileira te influenciou no processo do livro?
Eu nasci no
Brasil e obtive a naturalização há muitos anos. O meu marido e meus filhos são
franceses e a minha adaptação ao modo de vida do sul da França foi absoluta.
Sou completamente apaixonada pela região onde moro - a Provence-Alpes-Côte
d'Azur - e a inspiração para os meus livros vem desse lugar, das tradições, das
pessoas que encontro, das histórias que ouço e da rotina que vivo por aqui.
SOBRE A AUTORA:
ANATÉ MERGER é formada em jornalismo e com um mestrado em comunicação internacional no Institut d'Études Politiques em Aix-en-Provence, Anaté Merger trabalhou por 17 anos como jornalista em várias emissoras de TV e jornais brasileiros até se mudar para a Provence em 2004.
Franco-brasileira, casada, dois filhos, Anaté Merger é empresária no ramo do turismo, além de contista das antologias Amores Impossíveis e Segredos de Família, organizadas por Lycia Barros.
Página da escritora AQUI.
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Espero que tenham gostado e que tenham ficado com vontade de conferir esta história!
Em breve, mais resenhas e entrevistas! ;)
Love,
Nina ❤
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas parece ser bem interessante, fugindo um pouco das narrativas que vemos por aí, e é muito bom quando somos surpreendidos pela história, quando ela nos conquista.
Muito sucesso à autora e parabéns pela parceria!
Beijos
www.serleitora.com.br
Oi, Nina!
ResponderExcluirRecentemente eu li uma resenha deste livro, então já sabia um pouco sobre a base da história. Apesar disso, seus textos sempre acrescentam algo e considero indicações suas como livros que eu realmente deveria ler. Gosto muito da ambientação na França, pois sou fascinada pela Europa.
Sucesso a autora!
Leitores Forever
Não conhecia o título, mas me interessei por ele, adoro livros narrados em terceira pessoa e a premissa me pareceu muito boa. Adorei o bate papo com a autora. Parabéns. Excelente post.
ResponderExcluircafeecomletras.blogspot.com.br
Não conhecia o livro, mas a história me chamou atenção. Um dia desses eu tento ler! Ps: a ideia da entrevista é mt legal
ResponderExcluirwww.belapsicose.com
Oii Nina.
ResponderExcluirNossa, esse livro parece ser muito bom.
Eu adoro romances e a historia me cativou. Vai para a minha lista de desejados com certeza.
Beijos
Carolina
Olá Érica.
Adorei a ideia do Ano Cultural, e amei alguns de seus passeios. Esses shows devem ter sido maravilhosos, e realmente é uma lembrança para a vida toda.
Beijos
Carolina
http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/
OI Nina
ResponderExcluirA história parece ser bem envolvente , fiquei interessada em saber mais.
Um enredo diferente , pelo menos não me recordo de ter lido nada parecido
Muito legal
bjos
Ariane
www.resenhasdelivros.com.br
Nina, muito legal vc fazer a resenha e ainda ter uma entrevista com a autora.
ResponderExcluirSempre gosto de saber como foi que o autor teve a ideia, o processo de criação, essas coisas.
O livro parece ser interessante. Gostei.
Abraços Mika,
Pensamentos Viajantes
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu já tinha visto algo sobre esse livro e ficado interessada nele, pois a história parece ser muito bacana e lendo a sua resenha só fiquei mais animada. Fiquei super curiosa com o trabalho dela, o que ele realmente é? Enfim, eu gostei bastante da resenha e achei super legal você colocar uma entrevista junto.
Beijos :*
Larissa - http://srtabookaholic.blogspot.com
Olá, Nina!
ResponderExcluirResenha nova! E melhor: de autor nacional!! :D
Nina, vou ser sincera com você: o gênero não é meu estilo (atualmente), mas eu acho que leria sem problemas devido a:
1) Personagem principal forte;
2) Apesar de ficção, há um toque de realidade;
3) Sem clichês;
Tudo o que eu poderia pedir em uma história, rs. Quanto ao mocinho, realmente não entendo como um cara frio e abusado seria atraente, mas quem sou eu para julgar alguém, né?
Nina, gostei muito de sua resenha: apesar de ter gostado do livro, você listou os pontos positivos e negativos com igual criticidade! Além disso, adorei a entrevista. Parece que deixa o autor muito mais próximo, sabe? Estamos acostumados com aquela sensação de que ele é um "ser inatingível"! E desconstruí-la é um propósito extremamente louvável.
Um grande abraço,
Ana Carolina Nonato
Blog Seis Milênios
http://seismilenios.blogspot.com
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia nem a autora nem o livro, mas curti a premissa da trama! Vou pesquisar mais sobre!
resenhaeoutrascoisas.blogspot.com
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