#Resenha: Clube de Compras Dallas

janeiro 13, 2015
Hoje venho falar de um filme incrível que só tive a oportunidade de assistir agora, especialmente pela falta de tempo. A verdade é que, embora eu seja 30% composta por filmes, eu não os assisto de modo assíduo. Como podem perceber, as postagens de resenhas cinéfilas são poucas. Mas deixei a preguiça de lado e vim aqui falar de Clube de Compras Dallas, porque é um filme que todo mundo deveria assistir por inúmeros motivos!

Título Original: Dallas Buyers Club
Diretor: Jean-Marc Vallée
Duração: 117 minutos
Nacionalidade: Estados Unidos
Ano: 2013


Baseado numa história real, Clube de Compras Dallas narra sobre a vida de Ron Woodroof, um eletricista que, desde as primeiras cenas, já se mostra bastante debilitado de saúde. Após um incidente, ele acaba parando no hospital e recebe a notícia de que tem AIDS e que lhe sobra 30 dias de vida. É claro que a primeira reação dele é negar e dizer que os médicos estão errados, porém ele vai atrás do assunto e, depois de muito ler, finalmente entende e aceita que tem a doença. 

O filme retrata a época dos anos 80 e, por isso, podemos acompanhar toda dificuldade do próprio personagem como também dos médicos envolvidos em pesquisarem sobre a AIDS. Partindo do princípio que, antigamente, as pessoas achavam que a doença só era disseminada se você fosse homossexual (e Ron não é), o assunto é debatido de forma tímida no começo, mas, conforme a história se desenrola, dá para perceber que o tabu meio que desaparece, que o que sobra mesmo é uma doença, e apenas isso. 

No meio do processo de pesquisa, Ron encontra um medicamento muito utilizado, o AZT. A princípio, tentando prolongar sua vida de modo desesperado após aceitar sua condição, ele passa a adquirir o remédio de forma ilegal, até ficar sabendo que a distribuição passou a ser controlada. Inconformado, ele vai atrás de um médico mexicano que pode lhe fornecer mais caixas e descobre que o medicamento é altamente tóxico e que há a possibilidade de um tratamento menos agressivo, que concederia uma maior longevidade de vida com menos efeitos colaterais. A partir disso, ele vê a oportunidade de contrabandear esses medicamentos alternativos para os Estados Unidos, criando o Clube de Compras Dallas, negócio no qual a pessoa investe 400 dólares mensais para obter os remédios. 

É preciso, claro, pontuar o fato de que Ron é do tipo "heterossexual assumido com muito orgulho", por isso, no começo, ele é facilmente visto como um homofóbico. No entanto, ele acaba conhecendo Rayon, um transsexual, em uma de suas internações. Os dois acabam sendo "sócios" no Clube de Compras Dallas e, apesar das piadinhas e das reclamações, dá para perceber que eles se apoiam mutuamente e que Ron deixa de lado seu preconceito. 

O Clube, conforme prospera, começa a sofrer embates com a polícia e com o departamento que controla os medicamentos nos Estados Unidos. Apesar de os remédios serem confiscado algumas vezes, o Clube dá sinais de que é realmente eficaz, o que acaba chamando a atenção de muitos pacientes de hospitais que largam seus tratamentos para serem "ajudados" pelo sistema de Ron. 

Outro relacionamento bonito que é criado conforme a narrativa se estende é o de Ron com a médica do hospital, De início, ela é a favor do AZT, mas à medida que se envolve com Ron percebe que o tratamento alternativo é uma opção que promove efeitos positivos também. O impressionante é que Ron, devido aos medicamentos ilegais, supera os 30 dias iniciais e chega a sobreviver por mais 7 anos. 

E, para finalizar, não tem como não falar da atuação e da transformação do Jared Leto. Quem o viu no Oscar do ano passado, percebeu que ele SUPER mereceu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Ele está praticamente irreconhecível! Depois de um tempo, você começa a assistir ao filme como se nem fosse ele ali atuando, juro! É tão convincente que parece outra pessoa. 
"Às vezes eu me sinto lutando por uma vida que não vou ter tempo de viver". 




Love
Nina 

13 comentários:

  1. Olá, Nina!

    Eu e o pessoal da minha turma temos o costume de nos reunir para um cinema antes do fim do semestre. Clube de Compras Dallas e Sicko eram as opções, mas nossa área falou mais alto (medicina) e acabamos assistindo ao último.

    Eu tinha uma ideia completamente diferente do que o filme realmente é, de verdade. Não esperava tanta profundidade no tema da AIDS daquela época, muito menos o contrabando de medicamentos. Neste ponto, me lembra MUITO Breaking Bad.

    Atores que se transformam tanto por causa de uma personagem merecem meu total respeito. Sem muita relação com o tema, eu me lembro quando a Carolina Dickman raspou a cabeça para interpretar uma paciente com câncer. Hoje até parece algo inofensivo, mas na época foi um choque para mim!

    Este filme continua na minha lista! E vai subir umas posições depois do seu texto. Fiquei MUITO curiosa!

    Um grande abraço e obrigada pela dica,

    Ana Carolina Nonato
    Blog Seis Milênios

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  2. Quando eu fui ver esse filme eu nem sabia bem sobre o que ele falava e, portanto, não tinha nenhuma expectativa. Eu sai do cinema simplesmente apaixonada pelo filme.
    Acho que faltam mais histórias como essa sendo contadas no cinema de forma coerente e competente, porque filme ruim tem de sobra.

    Eu ja curtia o Matthew, mas passei a admirá-lo ainda mais e o Jared Leto eu achei incrível :D

    Beijoo

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  3. Eu ainda não vi o filme, mas pela sua resenha e por outras criticas que li, parece ser um ótimo filme. Eu estava aqui lendo o texto e pensado: ainda bem que a medicina já avançou nas pesquisa e, hoje, pessoas com AIDS podem viver mais e com qualidade de vida.

    Gente, como Matthew Mcconaughey evoluiu como ator. De comedia romântica para filmes e séries de ótima qualidade.

    Beijos, Nina

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  4. Oi, Nina!
    Eu já tinha ouvido falar deste filme, mas jamais podia imaginar que este era o tema tratado.
    Parece ser muito bacana e emocionante também.
    Já anotei e vou assistir.
    Muito obrigada pela dica!

    Beijos!
    http://fabi-expressoes.blogspot.com.br/

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  5. Oi, Nina!
    Eu já ti falei que tenho uma amiga que gosta muito de 30StM, então isso me influenciou a buscar mais coisas sobre o Jared Leto. Então fui ver uma entrevista dele falando sobre esse filme e achei ótimo que alguém como ele tenha participado de um projeto tão "humanitário". Como já estava pensando em assistir há bastante tempo, vou tentar ver amanhã, já que você ainda indicou. Tenho certeza de que vou adorar!
    Ah, desses filmes do Oscar, um outro que vi e gostei demais - e até foi o ganhador de melhor filme - é 12 anos de escravidão. Acredito que você iria gostar desse também.

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  6. Boa noite, Nina, tudo bom?
    Nossa, eu nunca tinha visto falar desse livro, acredita?! Nunca tinha assistido algum filme que mostra-se um pouco dos anos 80 mas tenho uma enorme curiosidade com isso, eu fiquei bem instigado com a história do Ron, realmente parece ser bem difícil encontrar alguma ajuda de especialista em caso de Aids, além disso foi muito bom saber que antes ele tinha uma certa homofobia com homossexuais e a presença de Rayon, o filme me parece ter uma mensagem bem tocante e estou curiosíssimo por esse filme. Já deixei anotado na minha lista e espero ter oportunidade de assisti-lo brevemente =) Adorei conhecer seu cantinho, muito bom aqui ♥

    Beijos :*
    http://umgrandevicioliterario.blogspot.com.br/

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  7. Jaret Leto? Nem parece, a caracterização foi incrível mesmo.
    O filme parece ser ótimo, ainda tenho que procurar sobre e onde baixar, parabéns pela resenha.
    http://k-secretmagic.blogspot.com.br/
    Xoxo

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  8. Nossa, eu já tinha ouvido falar desse filme (só de nome mesmo) e jamais imaginaria ser sobre AIDS. Acho que é um filme que realmente deve ser visto por todo mundo, que pode ajudar a acabar com o preconceito, que muitas vezes é causado pela ignorância mesmo.
    Vou assistir!

    Samara - Infinitos Livros

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  9. "heterossexual assumido com muito orgulho"? Ainda não tinha ouvido essa expressão. Eu amo quando os personagens vão evoluindo, sem aquela coisa exagerada, sabe? De passar de capeta a anjo. Gosto quando um filme ou livro mostra a mudança lenta e gradual, que é o que acontece na vida real.
    Vi aquela exibição do Oscar na Globo (tive vergonha alheia daquilo, pois queria saber o ganhadores, e não quem estava mais ou menos bem vestido) e fiquei bem curiosa, quando vi esse filme e toda a mudança que o ator sofreu para interpretar o papel.
    Acho que sou composta de menos de 30%. Talvez 10%, não sei.
    Bem, não vou nem falar que a resenha está ótima, pois isso é óbvio.

    Beijos!
    http://eueminhacultura.blogspot.com.br/

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  10. Nina, primeiramente, adoro o seu blog.
    Então, Eu e meu esposo fazemos sessão pipoca todos os sábados, é sagrado e eu nunca assisti esse filme, mais depois de ler a sua resenha ele entrou para a minha lista, vou procurar para comprar ou baixar. Adoro blogs com dicas de filmes também.

    Beijos

    Débora Favoreto | Em cada página
    www.deborafavoreto.com.br

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  11. Olá!

    Já tinha ouvido falar do filme e sabia do que se tratava, mas estou mesmo esperando passar o hip para poder assistir. Se você gostou desse, tente assistir Philadelphia, que também retrata a temática da AIDS e as primeiras pesquisas envolvendo o vírus, muito interessante.

    Beijos
    http://coolturenews.com.br/

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  12. Nina, esse realmente foi um filme que me surpreendeu. Pensei que não seria um bom filme, mas logo a história e a atuação dos atores me conquistaram. Um filme que vale a pena assistir e o Oscar foi bem merecido mesmo.
    Gostei da resenha e acho que sou como vc, 30% filme rsrs
    Abraços Mika,
    Pensamentos Viajantes

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  13. Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar! Já conhecia essa historia, me chamou a atenção o trailer e as informações. Pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende, vê-lo na tela é diferente. É espectacular, superou as minhas expectativas, adoro os filmes com ator Matthew Mcconaughey, considero que é um excelente ator, o vi em Ouro E Cobiça, adorei! Já a viste? Eu recomendo, este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver.

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