#Culturalegrando: Casa de Cultura Mario Quintana
Esse #Culturalegrando é sobre parte da Casa de Cultura Mario Quintana, que fica aqui em Porto Alegre. A casa, antigamente, era um hotel - portanto, o espaço é bastante grande, com duas torres, várias salas, restaurante, passarela e um jardim no terraço. Quintana nunca se casou nem teve filhos e, devido a isso, viveu boa parte da vida em hotéis. Em 1982, o prédio do hotel Magestic foi tombado e, em 1983, o governo do RS o adquiriu e o transformou em um centro cultural.
Em uma das salas do complexo está um espaço reservado para falar do primeiro livro de poemas lançado pelo autor, em 1940, A rua dos cataventos. Ainda que, desde o ano passado, eu tenha mergulhado e me encantado pela poesia, ainda não li nenhuma obra poética completa do Quintana, mas esta me chamou muito a atenção. O livro é composto por 35 sonetos e sempre com rimas, pois antecede a sua fase literária mais flexível, de versos livres e sem métrica. O estilo do autor é bastante leve, gostava de assunto relacionados ao cotidiano, de evidenciar a musicalidade e a simplicidade em suas palavras. Um recurso muito utilizado por ele era a ironia - não aquela cáustica, mas aquela que promove riso fácil e reflexão (a exemplo dos quintanares). A capa do livro me agrada muito, pois exprime com riqueza e simplicidade a essência da literatura dele. Dois temas estão muito presentes nos versos: a infância e a morte.

(As fotos estão com a resolução ruim, pois meu celular tá bem ruim hehe. Como a sala estava iluminada com luzes brancas, tudo ficou branco demais </3
Mas dá pra ver, juro haha).

Ao lado dessa sala destinada ao livro A rua dos cataventos fica o quarto reconstruído do autor. Sua reconstrução foi orientada por sua sobrinha-neta Elena Quintana. Ainda que, obviamente, não seja a cena real do quarto, é muito tocante olhar para os móveis e o cenário através do vidro de proteção. Sempre que entro na Casa de Cultura vou até o quarto para observar, porque a paz que me traz é muito grande, além disso me sinto inspirada pelo que vejo. Gosto de me atentar aos detalhes, porque às vezes até parece que alguém vai surgir do nada e começar a me contar sobre as peripécias da vida dele ali, como uma vovozinha bondosa que lê um livro de poesia para os netos. O sentimento de acolhimento que sinto quando me adentro lá é muito especial, é como me encontrar comigo mesma, uma espécie de casamento de almas.
O escritor morreu em 1994 e trabalhou quase toda a vida como jornalista. Porto Alegre é meio poética por causa dele, devo confessar. Sempre que saio de sua Casa e ando pelas ruas dali, fico imaginando por onde ele caminhou e quais cenários lhe agradavam e que lhe ajudaram a compor seu trabalho. Penso que em qualquer parte onde estou pode ter servido de inspiração a ele, uma vez que grande parte do que escrevia retomava o cotidiano. Um barzinho, um casal de mãos dadas, um prédio antigo. Qualquer coisa, da ínfima à grandiosa, pode ter feito parte de sua vida - e nós, leitores, só podemos recriar tal passado e aceitar aquilo que nossa mente alcança, que é incrivelmente rasa, obviamente.
"Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas" - Mario Quintana.___
Culturalegrando #1: AQUI.
Love, Nina :)
Oi Nina, adorei seu post. É muito bom saber um pouco mais sobre os caminhos traçados de um autor tão especial. Eu visitei Porto Alegre apenas uma vez e quem sabe numa próxima vez, possa visitar esse lugar. Os cenários devem ser incríveis e agora fico imaginando como você falou diante da poesia dele. Beijos, Fer
ResponderExcluirOi Nina!
ResponderExcluirQue lugar bacana para ir visitar e conhecer.
Deve ser inspirador para qualquer escritor estar aí, e até mesmo para os fãs de Mário Quintana.
Beijos
http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/
Sou apaixonado por Mario Quintana. Desde quando eu paguei Literatura Brasileira II na universidade que fiquei com vontade conhecer a casa, e saber mais sobre a vida dele... Então quando eu for em Porto Alegre, eu já sei onde vai ser o primeiro lugar que eu vou parar.
ResponderExcluirhttps://nerdbookblog.wordpress.com/
Caraca Nina, que post super diferente. Nunca fui para Porto Alegre, mas sem dúvida esse é um lugar interessante de se visitar <3
ResponderExcluirBeijos, Love is Colorful
Olá, Nina.
ResponderExcluirQue sensacional. Deve ter sido uma experiencia única. Que lindo. As fotos ficaram ótimas, pois dá para ver tudo claramente e gostei muito. Já tenho um local para visitar quando for a Porto Alegre. Haha. Post maravilhoso.
http://chalecult.blogspot.com.br/
Olá, Nina. Adorei a sua coluna. Ainda não conhecia e é uma forma dos leitores conhecem mais sobre o dia a dia dos autores e tal. Eu amo museus e derivados,se pudesse visitaria vários pelo Brasil e o mundo. Este particularmente é maravilhoso, mesmo não sendo exatamente um museu né.
ResponderExcluirBeijos
Sil - Estilhaçando Livros
Adorei como ficaram as fotos, parece filtro! <3 hahaha
ResponderExcluirBeijos, gata!
Ruh Dias
perplexidadesilencio.blogspot.com
Ahh Nina...Que fotos lindas, passa a impressão e seu um lugar que emana paz. Sou louca para conhecer Porto Alegre e essa vontade só aumenta quando vejo que possui locais como esse.
ResponderExcluirBeijos da Camila.
Participe da postagem coletiva ;)
http://cabinedeleitura1.blogspot.com.br/2016/03/um-assunto-intenso-e-profundo.html
Quintana foi o primeiro poeta que li, ainda na infância e simplesmente me encantei. Lembro-me que na época, uma coleguinha da escola me emprestou o livro de poesias por um dia, devorei com força, achei aquelas palavras as mais geniais do mundo...
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