#Essential book: outubro

Eu estava esperando esse mês, de verdade. Já tivemos temas bem pontuais, mas esse é um pouco mais abrangente, porque não é apenas sobre uma personagem, ou um sentimento. Em outubro, o tema do Essential Book é a essência do livro, duologia, trilogia, quadrilogia ou saga de fantasia

Como já fotografei bastantes vezes sobre Harry Potter, optei por dar chance a outra história que, igualmente, mora no meu coração: As Brumas de Avalon, da Marion Zimmer Bradley. Escrita no final da década de 70, é uma quadrilogia sobre A Lenda do Rei Arthur sob a perspectiva feminina (embora a narração, majoritariamente, seja feita em terceira pessoa). Eu apenas li o primeiro volume até hoje e fiquei bastante tentada a comprar o box completo no Mercado Livre, mas a contenção de gastos não permitiu. 

Escolhi As Brumas de Avalon porque foi a primeira série de fantasia que mexeu com o meu coração depois de Harry Potter e porque eu sou apaixonada pela história do Rei Arthur. Gosto muito do período retratado, também, e das crenças e da religião celtas (que são grande influências na história). 

I am the tall dark stranger those warnings prepared you for
(Tradução livre: Eu sou a estranha negra alta cujos avisos foram preparados para você)

Como eu citei, essa história é contada pelas mulheres. E essas mulheres não são as bruxas más, que fazem poções de amor e que são relegadas à alcunha de submissas. Apesar de a narrativa, evidentemente, girar em torno de Arthur, neste primeiro livro ele é apenas um pedacinho de tudo. São as mulheres que realmente comandam tudo, em especial todas as consequências acontecidas com os homens. São elas quem sabem reconhecer ameaças, avisos e prospectar esperança. Ainda assim, nesta comunidade, quem são é algo estranho e perigoso para os cristãos.

A frase escrita é o poema introdutório do livro "Bone", de Yrsa Daley-Ward, que tem descendência indiana e africana. Ele está disponível na Amazon, mas somente em inglês. 

Ainda sobre as mulheres da história, a que mais se destaca é, sem dúvida, a Morgana. Neste primeiro volume, boa parte da storyline também é sobre ela, uma vez que é meia-irmã de Arthur. Quando atinge certa idade, ela passa a morar em Avalon com Viviane, irmã mais velha de Igraine (mãe de Morgana) e tida como A Senhora de Avalon.

A Morgana recebeu muitos títulos não somente nesta releitura, mas no decorrer de todos os séculos nos quais A Lenda do Rei Arthur foi reescrita por diferentes e inúmeros autores.

Neste livro, a palavra druida aparece muitas vezes (em sua maioria, para denominar Merlin, mas sem deixar de também se referir aos sacerdotes religiosos). A religião celta é recheada de misticismo e estudiosos dizem que é proveniente da religião druida. O celtismo, segundo estudos, era algo mais rudimentar e estava fortemente conectado com a Mãe Natureza. Já o druidismo tinha uma crença múltipla na Natureza, da qual cultivavam respeito à Deusa-Mãe e às divindades elementares (ar, água, fogo e terra).

A "bruxaria" retratada é muito próxima da magia branca ou magia natural, por se relacionar bastante com o altruísmo e a natureza.

O embate do paganismo versus o cristianismo é algo marcante e recorrente durante a leitura. O cristianismo acredita que é a luz, enquanto tenta "exorcizar" os druidas, por acreditar que são espíritos das trevas. Há passagens sensacionais sobre esses embates, que nos fazem refletir e trazer a problematização para os tempos atuais.

A história, afinal, é sobre o Rei Arthur. Em A Senhora da Magia (v. I), Igraine é pressionada por Avalon a trair seu atual marido e se casar com outro, Uther Pedragon (um dos homens mais poderosos do reino), para que fique grávida do "predestinado" (Arthur), que poderá salvar a Bretanha. 

Os momentos antes, durante e após a Excalibur, do meu ponto de vista, são doentios. Isso porque (sem muitos spoilers) Morgana é usada por Viviane para que Arthur, de fato, seja "coroado" rei. A espada é icônica, claro, e tece uma relação entre poder, masculinidade e feminilidade.

Esse livro da imagem é Avalon High, da Meg Cabot, que também faz uma releitura (mas YA) da Lenda.

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I. Confira o tema do mês passado AQUI.

II. Não deixe de conferir as fotografias das outras blogueiras do projeto :)

6 comentários:

  1. Brumas <3


    Amei demais os pontos que vc pegou e suas fotos arrasaram demais <3

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  2. OOi Nina!
    Nunca li e nem mesmo conheço bem a história, mas ameeeeei as fotos!
    Parabéns!

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  3. Senhora, a senhora é destruidora mesmo, hein senhora? Não sei nem qual foto é a minha favorita. Simplesmente não consigo escolher. É pedir demais de uma mãe. Excelente escolha!! Sofro desse mesmo mal: só li o primeiro livro, mas sim, com certeza é uma quadrilogia muito bem escrita, muito falada, mais até do que a própria lenda do Rei Arthur (posso estar sendo totalmente exagerada aqui, mas, whatever). Compartilho desse gosto que sentiu com relação à cultura celta e do certo desprazer com a forma com a qual Morgana fora usada para celar o destino de seu meio-irmão. Foi um momento extremamente forte e que, eu imagino, certamente só irá contribuir ainda mais para dar embasamento àquela que se tornará maior do que Nimue. Sinceramente, acho que não poderia ter escolhido livros melhores!!!! Ameeei!! Bjooos!

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  4. Ai que delícia ler você escrevendo sobre Brumas de Avalon! A obra tem muita força e muita representatividade e fico feliz de saber que, mesmo depois de tantos anos, a leitura ainda é pertinente e relevante. Tia Marion sabia o que estava fazendo e ficou eternizada em Avalon!
    As fotos ficaram fofíssimas, parabéns!!

    Um beijo,
    Ruh Dias
    perplexidadesilencio.blogspot.com

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  5. Oi, Nina! Descobri seu blog recentemente e me apaixonei. "As brumas de Avalon" é um dos meus favoritos da vida (assim como HP, claro). Mas eu o li ainda adolescente e preciso mto reler para relembrar mta coisa da trama q foi, infelizmente, apagada pelo tempo.
    As fotos ficaram lindas!
    Abs,
    Daniela Tiemi
    www.leiturasecomidinhas.com.br

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  6. Hey, as fanfics Finchel que estão no FanFiction (empty handed e love songs) são suas? Se sim, você não irá finalizá-las?

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