La La Land: aos tolos que sonham
Apesar de basicamente todo mundo estar falando em La La Land: Cantando estações há algum tempo, fui me interessar por ele tardiamente. Somente depois que comecei a ouvir a trilha sonora é que comecei a criar alguma expectativa. Até então li e vi muitas críticas (99% delas positivas e super animadas). Então, no fim de semana abdiquei de continuar a minha maratona de Supergirl para ir ao cinema.
Título original: La La Land
Diretor: Damien Chazelle
Duração: 2 horas e 8 minutos
Gênero: drama / romance / musical
Ano: 2016
★★★★ + ❤
Não são poucas narrativas que acreditam no sonho. E, talvez, por ser fã do seriado Glee - que também aposta no sonho -, a temática não é nova ou mesmo genial para mim. Por eu ser uma criatura naturalmente sonhadora, não encontro dificuldades em ver sonhos em todos os lugares e acreditar neles.
Já tive vários sonhos durante a vida e, até hoje, sustento um: o de ser escritora-publicada-de-verdade. O que escrevo, por enquanto, ainda não tem muita visibilidade (apesar de meu conto Sutilmente estar num patamar bem-quisto na Amazon) e quero muito - trabalho muito - para que eu não seja somente "a menina dos contos da Amazon ou das antologias". Mesmo depois de seis anos nessa jornada, eu quero que as pessoas acreditem no que eu acredito. Eu quero que elas também sonhem.
Essa é a maior premissa de La La Land. Bastou isso, só isso mesmo, para que eu percebesse que o filme poderia dialogar comigo. Eu sei que pode parecer que está sendo vendido como um romance - e, sim, existe esse plot, mas o filme não é sobre o amor romântico. E isso me deixou muito, muito feliz. Apesar de carregar um toque de contos de fada (às vezes meio Disney) e fazer com que os espectadores torçam para os protagonistas ficarem juntos, é o sonho que tem o argumento de Destino.
Os protagonistas são Mia e Sebastian. Ela, uma aspirante a atriz; ele, um defensor ferrenho do jazz e um pianista meio sem rumo. As vidas deles se cruzam (e se trombam) algumas vezes até que o romance se inicia. É previsível como as duas narrativas (a da busca dos sonhos e a do romance) se entrelaçam, mas conquistam por soarem quase naturais. É também quase natural a forma como o que eles construíram juntos em apoio mútuo (algo muito bonito na trama - e meio idealizado) começa a desmoronar lentamente.
É engraçado pensar que, depois de recapitular a trama romântica, ela pareça tremendamente óbvia e fácil se ter sido melhor construída. Eu entendo que nós, que criamos narrativas (seja na literatura, na tela, ou em qualquer outra plataforma), optamos pelos caminhos que melhor se adequem ao nosso objetivo - mas, às vezes, percebo que algumas storylines poderiam ter se atentado em fazer perguntas a si mesmas, de modo a provocar outros caminhos.
O conflito do filme, por exemplo, é algo muito óbvio e previsível, que poderia ter sido evitado com um único diálogo dos protagonistas. Ainda assim não desmerece a mensagem geral, pelo contrário, enaltece a trama sonhadora. Por eu ser a pessoa que sempre priorizou o trabalho e pouco incluiu o amor romântico como meta (sonho, desejo, o que quer que queira chamar), La La Land me fez identificar com Mia e com sua decisão após o conflito. Ela não estava priorizando o sucesso absoluto ou o dinheiro, apenas o sonho. Mia é uma personagem que, apesar de ter a alma romântica e divertida, se assemelha muito comigo: ela precisa de liberdade. E Sebastian, apesar de um protagonista masculino agradável e cativante, infelizmente, tomou decisões que não condiziam com o que acreditava (não dá pra dizer que ele é contraditório, pois tinha um objetivo real e compreensível - mas o fato de ter agido sozinho, sem ao menos ter tido uma conversa com a Mia, fez dele alguém precipitado).
O final não foge da previsibilidade, uma vez que o conflito já oferece uma (grande) pista sobre como a história se encerrar. Mas você vai torcer para Mia e Sebastian. E vai chorar (se você não chorou naquele final, sinto muito, mas acho que você não tem um troço essencial chamado coração). E vai querer rever, porque o sentimento quentinho fica na gente depois de irmos embora do cinema.
A questão do roteiro não é, de forma alguma, o forte do filme, mas cinematograficamente oferece o que muitos já sabem: cenas sem cortes. Desde a primeira cena, já fica notório que La La Land não preza por cenas apressadas, em que o diretor escolhe o foco do espectador. As cenas estão ali na tela, inteiras. O que é algo muito rico, porque oferece a nós imperfeições visíveis, que dão um charme à trama.
O lado musical convence desde o princípio, porque a música permeia de forma bastante natural as cenas (que, às vezes, são performadas, porque faz parte de um musical, né). A trilha sonora é uma gracinha, prezando por ritmos sonhadores e animados e não se dedicando em letras românticas. Emma Stone tá uma graça cantando (porque atuando tá incrível). E o Ryan Gosling tá sensacional no piano (a verdade é que eu tenho um sonho de aprender piano um dia) . A atuação de ambos é ímpar e muito conectada. O romance das personagens é leve e fofo - mas é muito mais um recorte do que uma real história. As cenas de dança são bonitinhas e bobas ao mesmo tempo, mas faz parte dentro desse mundo encantado sonhador.
La La Land renova bastante o nosso coração, por oferecer clichês que são trabalhados de forma coerente dentro do esperado. Tem aquele brilho que, pelos tempos de rotina e de "fazer algo que seja rentável", esteja meio esquecido no nosso cotidiano. Então, sair de casa para assistir algo que resgata aquilo que, um dia, quisemos ser - ou ainda queremos ser em segredo -, é cativante e inspirador.
Love, Nina :)
Com grande fã de musicais, estou sofrendo por ainda não ter assistido. Espero corrigir isso em breve e sua resenha me deixou com mais vontade de ver! :)
ResponderExcluirOlá, como vai?
ResponderExcluirEu confesso que que estou mega ansiosa pra assistir a esse filme, concordo com você todas as críticas que vi desse filme são positivas.
Amo musicais, amo filmes que falam sobre sonhos e correr atrás deles.
Adorei seu post muito lindo <3
Beijo
https://qadulta.blogspot.com.br/
Oi, Nina! Gosto muito de musicais, sou fã de vários antigos. Quero muito ver La La Land desde que fiquei sabendo da estreia, depois vieram os comentários super positivos e, por fim, assisti a um vídeo que trazia todas as referências dele. Já estou encantada mesmo sem ter visto. Sua opinião tocou em pontos que eu não tinha lido ainda em outras... Quase sempre o romance é o foco das resenhas e aqui pude ver que o filme vai muito além disso. Também sou sonhadora e tenho certeza que vou amar cada minuto!
ResponderExcluirBeijos, Entre Aspas
Oie tudo bem?
ResponderExcluirNão sou muito fã de filmes assim, mas amoooo a Emma Stone então vou fazer uma excecãozinha e ver!
Beijos
Oi tudo bem?
ResponderExcluirEu adoro musicais e La La Land me conquistou. Saí do cinema completamente encantada, apesar do final não ser exatamente o que eu queria. Eu entendi as escolhas feitas e acabei gostando do foco não ser o romance.
Achei a trilha sonora incrível e não canso de escutar desde que assisti o filme. Gostei muito também da fotografia e das cores fortes utilizadas. O roteiro realmente não é o forte do filme, nem traz nada muito inovador. Mas acaba funcionando e deixa uma sensação muito boa em quem assiste.
Adorei sua resenha e até fiquei com vontade de ver o filme de novo haha.
Beijos!
Olá Nina, tudo bem?
ResponderExcluirEu particularmente não tenho interesse em assistir La La Land, mesmo com toda crítica positiva eu não curto musicais. Minha namorada está louca para assistir, talvez eu até assista, mas em casa. Adorei suas impressões.
Bjuss
Oi Nina, não fiquei muito empolgada com o filme, apesar de gostar de musicais. Mas que bom que você gostou, e espero que muitas outras pessoas saiam do cinema com este sentimento de resgate.
ResponderExcluirBjs
Oii, tudo bem? Seu post ficou ótimo e me convenceu a assistir essa produção, mesmo não sendo fã de musicais. Também adorei a trilha sonora!!! Espero gostar do filme <3
ResponderExcluirbeijos!
Olá, tudo bem? Sou mega fã de musicais e por isso quando soube desse fui correndo assistir. Serei suspeita ao falar, pois amei demais e esse é o principal ponto que ele trata: do destino e não do romance. Gostei da sua resenha <3
ResponderExcluirBeijos,
diariasleituras.blogspot.com.br
Estou morando numa cidade sem cinema, então é sempre triste ler sobre e ter que esperar muito pra ver o filme. Um ponto que você tocou, que já li em outras críticas desse filme, é o quanto os personagens se apoiam mutuamente. Acho que o filme tem essa mensagem de apoio, ajuda, um dar a mão ao outro. O que é bem difícil no meio artístico, basta a gente olhar no meio literário. Acho que para quem está iniciando uma carreira, encontrar um apoio é muito importante.
ResponderExcluirBeijos
Eu discordo totalmente de você. Achei o filme um saco, protagonistas sem sal, os sonhos conquistados de maneiras meio aleatória, o final wathever...
ResponderExcluirAinda assim, gostei bastante da forma que abordou o filme (:
Olá Nina, eu gosto de alguns filmes musicais, mas ainda não tive a oportunidade de ver La La Land, mas quero assistir o casal protagonista já vi em outro filme e gostei do trabalho e sintonia de ambos.
ResponderExcluirOie, Nina.
ResponderExcluirEu não amo nem odeio musicais, depende de outros fatores para que me interesse de fato.
Adorei seus pontos de vista e que bom que funcionou pra você.
Infelizmente eu não consegui gostar...
Olá!!! Estou curiosa para ver esse filme especialmente depois de ver os seus comentários. Acredito que vale super a pena, bjoooooooo
ResponderExcluirOie...
ResponderExcluirEstou louca pra assistir esse filme! Só vejo elogios e pemios sobre ele ;)
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirConfesso que nem sabia dese filme... o.o
Sou chorona por natureza, então... rs
Mas gostei da premissa, sonhos, quem não os tem? XD
Beijo!
Ana.
To doida pra assistir, mas 0 reais na minha conta. Ou seja... Musicais no geral me fazem bem, eu amo um bom filme que tenha música. Então La la land é tipo um sonho pra mim, mas vou ter que esperar um pouco pra assistir.
ResponderExcluirwww.belapsicose.com
Oi, Nina ^^
ResponderExcluirLa La Land entrou para a minha lista de melhores musicais, mas eu reconheço que o mesmo tem algumas falhas que acredito que todo ser humano possui então lógico que o enredo deveria ter.
O filme, para mim, foi feito exclusivamente para ter indicação ao Oscar pois resgata muitas referências dos musicais que consolidaram o que hoje conhecemos como sendo Hollywood. Infelizmente, as músicas não ficam na sua cabeça pois são tantas que é impossível você se identificar com uma, elas não ficam chiclete, sabe. Só fica para quem é expert em musicais.
De fato, o romance é o ponto chave de todo o filme, mas ele é fraco perante o tema secundário que são os sonhos. Eles, por si só, te chamam a atenção e clamam para não desistirmos de nossos sonhos, que eles um dia se realizam, que não devemos cair às primeiras pancadas.
O fato das cenas terem poucos cortes me foi incrível pois permite vermos a naturalidade das situações ou os exageros. Ri demais vendo o anel voar da mão do Ryan em cima da mesa do bar e a Emma ver e acabar não rindo da situação pois ele tratou logo de guardar a peça num jogo de cintura bem perfeito. kkk
Sabemos que sonhos mudam e o personagem do Ryan viu isso acontecer. Fiquei um pouco triste pela discussão chegar tardia e a personagem da Emma não ter entendido esse fato. Sonhos mudam e quando não aceitamos isso em nossos corações corremos o risco de fracassar pois estaremos perseguido algo que não mais acreditamos.
Se os seres humanos mudam é lógico que os sonhos iram também mudar!
O final para mim foi imprevisível pois todos os musicais terminavam de maneira feliz com os protagonistas juntinhos (ou mortos), mas La La Land mudou isso e trouxe algo realista que não surpreende quando estamos com os pés na realidade mas surpreende quando nos deixamos nos envolver pelo mundo feliz de arco-íris dos musicais.
Enfim, La La Land é um ótimo filme para se refletir.
Obrigado por trazer as suas impressões, Nina. E espero que você consiga publicar livros na plataforma física. Torço muito por você! ^^
Bjs
Não sigo muito este tipo de gêneros, mas adorei este filme! É uma história muito bonita, com uma essência romântica. Ryan Gosling foi perfeito para o papel, ele é um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Blade Runner 2049 é um dos seus filmes mais recentes dele, eu gostei muito. Acho que o diretor Denis Villeneuve fez um ótimo trabalho no filme, ele conseguiu fazer uma sequela impecável e manteve a mesma atmosfera. É um dos melhores filmes de drama a fotografia impecável e o elenco é incrível.
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