#Livro: A playlist de Hayden

março 28, 2015
Na semana passada, eu recebi mais uma amostra de livro da Editora Novo Conceito, o que me deixou meio surpresa (eu achei que não receberia mais nada, depois de A Mais Pura Verdade). Imediatamente, além de surpresa, fiquei feliz, pois vi que a segunda amostra era A Playlist de Hayden, um livro que, desde que fiquei sabendo da existência dele, tinha muito curiosidade de conferir. 

Título Original: Playlist for the dead
Autora: Michelle Falkoff
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
"VOCÊ NUNCA CONHECE UMA PESSOA ATÉ OUVIR O QUE ELA GOSTA".
Se vocês lerem a sinopse de A Playlist de Hayden ficarão, também, meio intrigados com a história. Afinal, um garoto morreu e deixou uma playlist para seu melhor amigo. Intrigante. O garoto que se matou não era, exatamente, um livro aberto. Mais intrigante ainda. Então, a premissa do livro é justamente acompanhar o personagem principal, Sam, pela busca da verdade: quem era seu melhor amigo e por que, ultimamente, eles estavam caminhando para destinos diferentes? 

Sam e Hayden eram melhores amigos. Ponto. Pelo menos, era isso que Sam pensava. É ele que encontra Hayden falecido, após uma festa. Tudo o que sabemos é que houve uma discussão entre eles e que Sam, pelo jeito, tinha ido à casa de Hayden para se desculpar. Mas, é claro, não houve pedidos de desculpas. Hayden tinha se suicidado, embora nunca tivesse demonstrado sinais de depressão. 

Sam, então, tenta reagir de qualquer maneira à esse fato. Ele, que nunca tinha estado solitário, precisa, agora, dar conta dos "valentões" da escola, que são amigos do irmão mais velho de Hayden. É claro que cada pessoa reage de uma forma às perdas. Sam, que já era muito recluso, se torna ainda mais fechado, com um porém: agora ele entra num ciclo de culpa e raiva. Ele não entende muito bem por que seu melhor amigo preferiu se matar, nem entende como pode proceder diante de todos estarem comovidos pela perda. É evidente o quanto o personagem principal ainda é bastante imaturo, embora eu ache que não cabe a ninguém julgar alguém depois de uma perda. Como supracitado, cada um reage de uma forma. Sam, como melhor amigo de Hayden, se coloca neste posto com muito afinco, como se somente ele tivesse, realmente, conhecido o garoto. Então, tem muita raiva das outras pessoas, pois, segundo ele, todas estariam somente fingindo que sentiam muito pela perda. 
"Ele me deixou sozinho e eu jamais tinha feito isso com ele, não importava o quanto estivesse com raiva" – p. 16.
O que mais gostei da trama foi conhecer um pouquinho mais sobre o universo geek. Alguns games e personagens de games são citados e inseridos em conversas. Mas acho que Sam foi bastante estereotipado como geek: aquele cara que vira a noite no computador, jogando, e que se esquiva de tudo e de todos. Isso, combinado com todo o invólucro de solidão no qual Sam se encontra, torna-o um personagem bastante regular e introspectivo. Sou fã de personagens assim, pois creio que muitos escritores não se arriscam a se adentrar no mundo da solidão e preferem lidar com o lado "colorido" da ficção. Já falei aqui que o Holden Caulfield é o meu amor literário, justamente porque há muito dele em mim (toda a solidão e, talvez, toda a criticidade). Gostaria que mais escritores criassem personagens verossímeis, e o Sam é alguém assim. Senti-me diversas vezes na pele dele, não somente devido à sua solidão e falta de traquejo social, mais, também, devido à perda do melhor amigo (meu pai morreu há quase três anos, então sei bem como é o sentimento de estar mergulhado em inconformação). 

O bom da ficção é que, por mais solitário que você seja, sempre haverá alguém que irá querer ser seu amigo (sei bem o quanto isso NÃO existe, de fato, na vida real). No dia do funeral de Hayden, Sam conhece a Astrid, uma garota bastante diferente visualmente. Na minha mente, ela é alguém bastante "alternativa" com umas nuances de "rock and roll". Mas, enfim, acontece que a Astrid conhecia Hayden e parece genuína ao dar as condolências à Sam. A meu ver, a storyline deles é bastante previsível. E espero que ela dê certo (já estou shipando, sim #meprocesse). 

Além disso, há um mistério ainda mais evidente na trama, que supera o fato de Sam querer saber por que o melhor amigo deixou a playlist e quem ele era verdadeiramente. Alguém, usando o nickname de Hayden, começa a falar com Sam no chat de jogos (não sei explicar muito bem, pois realmente não sou entendida desse assunto). Parece que essa pessoa quer ajudar Sam e "se vingar" de todos que contribuíram para o sofrimento de Hayden em vida. Essa parte da trama é realmente cativante e ainda mais intrigante. Já tenho uma suposição de quem pode ser a pessoa (não vou revelar, é claro), mas espero que haja mais criatividade da parte da escritora. Até agora, apesar de intrigante, a história está bastante previsível. Apenas espero que, no meio disso tudo, haja uma saída impensada até então. 
"Muitas pessoas querem ser invisíveis. Talvez elas até pensem que podem fingir que são. Mas sempre alguém as vê" – p. 44 (AMOR ETERNO POR ESSE TRECHO! )
Ainda há duas coisas que precisam ser mencionadas: a capa e a playlist. A capa me cativou imediatamente, especialmente porque amo azul e achei que esse tom de azul casou perfeitamente com a "atmosfera" da trama, algo bastante melancólico ("blue"). O fato de haver os desenhos de um menina e de uma menina fica fácil detectar que esses personagens são Sam e Astrid. Vamos à playlist! A-m-o quando uma história é baseada em músicas, tendo-as como plano de fundo, ou como um "personagem" dentro da trama. Cada capítulo inicia com uma canção da playlist deixada por Hayden. É claro que, assim que terminei de ler, fui atrás das músicas. Até agora, a adorei. É bastante diversificada e contrabalanceia bastante os ritmos e gêneros. Um dos meus assuntos preferidos na literatura é a música e acho incrível quando um escritor consegue casar essas duas artes. Você pode conferir a playlist inteira abaixo: 


Love
Nina 

5 comentários:

  1. Ai, que vontade de ler esse livro! Li A Playlist da Minha Vida há um tempinho e adorei. Não tem muito a ver a história, a não ser o fato de ter uma playlist, mas já me interessou! Haha Adorei a resenha! Beijos, Jú
    docurailusoria.blogspot.com

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  2. Oi, Nina! Como vai?
    Terminei de ler essa amostra faz uma semana e estou de ressaca até agora! hahaha Também amo quando há músicas como plano de fundo do livro, é muito amável. Não gostei de toooodas as músicas, porém a maioria é a minha cara. Sinto muito por sua perda... Também achei a personagem bem geek, e adorei conhecer um pouco mais sobre esse universo - eu costumava ter amigos bem ligados nesses lances, mas a gente meio que teve que se afastar. Ao contrário de você, não me apaixonei logo de cara. Amei a capa, mas pensei "aaaaaai, que sacoooo", e acabei sendo surpreendida. Não vejo a hora de terminar a leitura!!
    Beijinhos,
    Karol.
    www.heykarol.com

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  3. Oi, Nina! Como vai?
    Terminei de ler essa amostra faz uma semana e estou de ressaca até agora! hahaha Também amo quando há músicas como plano de fundo do livro, é muito amável. Não gostei de toooodas as músicas, porém a maioria é a minha cara. Sinto muito por sua perda... Também achei a personagem bem geek, e adorei conhecer um pouco mais sobre esse universo - eu costumava ter amigos bem ligados nesses lances, mas a gente meio que teve que se afastar. Ao contrário de você, não me apaixonei logo de cara. Amei a capa, mas pensei "aaaaaai, que sacoooo", e acabei sendo surpreendida. Não vejo a hora de terminar a leitura!!
    Beijinhos,
    Karol.
    www.heykarol.com

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  4. Eu quero ler esse livro, definitivamente já estou com uma lista infinita de livros haha
    Amei o post, você escreve super bem.
    Beijos linda

    www.visaoretro.com.br

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  5. Jogo muitos jogos e adoro quando os escritores envolvem histórias de games e personagens em seus livros, então provavelemente eu iria gostar MUITO desse livro. Amei sua resenha ♥

    http://www.literalinda.com.br/

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