#Retrospectiva 2016
Ano passado eu também fiz uma retrospectiva. Anteriormente, estava pensando em fazer um TOP 5 com as melhores leituras do ano, mas aí percebi que fiz muito mais do que cinco e não daria certo haha. Como a retrospectiva engloba categorias diversas, achei muito mais diversificado e justo fazê-la, com algumas alterações.
Melhor livro nacional:
Pequenas epifanias, de Caio Fernando Abreu
Se tem algo que 2016 me proporcionou foi me aproximar e amar a literatura de Caio F. Até então, apenas lia trechos avulsos pela internet afora, mas quando peguei Pequenas Epifanias, percebi que o autor é muito mais do que um romântico incurável. Suas palavras me lembraram eu mesma muitas vezes e, por isso, senti uma enorme proximidade com sua mente.
Este foi o livro, também, que me fez recomeçar a ler bastantes crônicas e relembrar do quanto eu as adoro.
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Melhor livro infanto-juvenil:
A princesa e a costureira, de Janaína Leslão
Esse ano eu li muitos livros com temática LGBT e este é um dos queridinhos, pois é um conto de fadas voltado ao público infanto-juvenil, mas que dialoga com qualquer pessoa, independentemente da idade/sexualidade etc. Além das ilustrações serem l-i-n-d-a-s, a "moral" da história é graciosa, humana e representativa.
A representatividade importa. Você não precisa concordar, gostar ou aprovar. O amor vai continuar existindo :)
❀ Resenha: AQUI
Melhor livro Young Adult:
Por lugares incríveis, de Jennifer Niven
Eu falei desse livro m-u-i-t-a-s vezes ao longo do ano no blog, mas não consegui fazer resenha dele, pois, às vezes, quando amo algo falar sobre esse algo é muito complicado e nunca acho que estou falando tudo o que senti ao longo da leitura.
Por lugares incríveis se tornou, na verdade, o meu livro YA preferido da vida inteira. A sensibilidade, a sinceridade, a coragem e a verossimilhança são admiráveis e sensacionais. A storyline é incrível, apaixonante e inspiradora. Falar sobre transtornos mentais é muito difícil e o modo como Jennifer escreveu essa história é algo que mal tenho amor e gratidão suficientes para agradecer.
Esse livro veio numa época em que eu estava passando por meses horríveis, de profundo vazio, e ele salvou a minha vida - de verdade, literalmente. A gratidão é infinita e de coração.
Melhor livro de fantasia:
O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman
Este foi o primeiro (e, até agora, único) livro que li do Gaiman, mas me fez sentir tantas coisas sensacionais que achei que já tivesse perdido e se tornou um dos meus queridinhos do ano. O modo como ele trabalha a narrativa de modo a convencer o leitor sobre mentiras vs. verdades e imaginação vs. realidade é genial. É uma daquelas histórias frenéticas de sentimentos contraditórios e que nos faz ler, ler, ler até esquecer a noção do tempo.
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Melhor livro LGBT:
Volto quando puder, de Isa Prospero e Márcia Oliveira
O que me conquistou neste livro foram os fatos de ser nacional e de a narrativa ter me surpreendido, pelo fato (spoiler alert!) do plot da sexualidade não estar diretamente ligada ao protagonista. O ensinamento é lindo, uma espécie de reeducação familiar e aceitação. É algo muito maduro e sensível. Há "tapas com luvas de pelica" em muitos quotes, coisa que simplesmente adorei. O crescimento da história e das personagens é algo único, cativante e humano.
Mais uma vez: A representatividade importa. Você não precisa concordar, gostar ou aprovar. O amor vai continuar existindo :)
Melhor livro "auto-biográfico":
A redoma de vidro, de Sylvia Plath
Este romance, na verdade, é tido como "semi-biográfico", uma vez que o nome da protagonista não é Sylvia e a narrativa não é, exatamente, a rotina da autora. No entanto, depois de um tempo, não conseguia mais desassociar a Esther da Sylvia. A Esther era a Sylvia, na minha cabeça.
Novamente, falar sobre problemas psicológicos é algo difícil (e raro, em especial, se levarmos em conta a época da primeira publicação: 1963), mas a lucidez e a articularidade de Sylvia neste romance é algo que ora angustia e ora conforta. Assuntos psicológicos sempre me interessaram e, por causa dessa leitura, comecei a procurar bastantes referências históricas sobre tratamentos da depressão e outros transtornos.
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O livro mais surpreendente:
As ondas, de Virginia Woolf
Antes de eu começar a lê-lo, a Ruh tinha me falado que esse era o livro mais complicado da autora e que não me recomendava começar a explorar a literatura dela por este título. Mas lá fui eu, porque eu queria me surpreender. E aconteceu.
A narrativa é pacata, quase não há atos concretas nela, pois é contada em solilóquios (monólogos internos). A dificuldade é muita, mas, na época em que o li, estava precisando muito de algo que mergulhasse a minha mente em outra dimensão, em algo calmo e introspectivo, que me fizesse desacelerar.
Este livro se tornou, com certeza, um dos meus preferidos do ano e da vida. Uma leitura marcante.
❀ Resenha: AQUI
Melhor filme:
Melancolia, de Lars von Trier, 2011
A fotografia me conquistou logo nos primeiros minutos. Eu não sabia muito sobre a narrativa, por isso o filme me surpreendeu bastante. Além disso, as "epifanias" que acontecem no meio dele são incríveis. Pode parecer um simples filme surrealista, mas é muito mais do que isso: fala muito sobre a mente humana e transtornos psicológicos (depressão e ansiedade). Durante dias eu só conseguia falar e pensar sobre astronomia (estrelas e planetas), o que me rendeu ótimos insigths para meu novo romance.
Obviamente, capa não-oficial - tá faltando um S, isso mesmo. Foi antes de eu mudar o título haha |
Conquista do ano:
Voltar a escrever meu novo romance, Rotas de fuga
No meio do 2015, eu escrevi algo (nunca publicado) que, tempos depois, percebi que poderia se tornar um romance. Iniciei a história, muito pacata e com muita dificuldade, pois, apesar de ter a espinha dorsal, não tinha conseguido construir os arcos das personagens nem elaborar os plots que se entrelaçam e se desenvolvem.
Mais ou menos um ano depois, eu estava de volta à essa narrativa. Percebi que ter deixado o texto "descansar" foi algo ótimo, que me permitiu pensar melhor e reconstruir o que desejava para as personagens e para a própria história.
Até agora, o romance tem ficado muito melhor do que havia previsto e tem me dado um imenso orgulho. Pretendo finalizá-lo até o final de janeiro, pois quero inscrevê-lo no Prêmio Sesc de Literatura.
Um imenso agradecimento à Cecília, do Blog Refúgio, que é a minha beta-reader oficial e sensacional ❤
Parte da sinopse (ainda em construção):
Procuramos saídas o tempo inteiro. Então, fugimos. Deixamos para trás dores e vivências, assim como alegrias e saudade. Às vezes fugimos porque estamos com medo; outras, porque o sofrimento da permanência nos fere muito mais do que abandonar pessoas e quem um dia fomos. Às vezes fugimos para nos reconstruir; outras, para fazer desaparecer o inesquecível. (...)
Melhores músicas:
I. Dear Wormwood, The Oh Hellos
II. (How it's going to) End, Marble Sounds
III. Dust to Dust, The Civil Wars
I. Dear Wormwood, The Oh Hellos
II. (How it's going to) End, Marble Sounds
III. Dust to Dust, The Civil Wars
Descobri o The Oh Hellos em janeiro deste ano e, por muitos meses, uma canção em especial da banda me acompanhou dia e noite: Dear Wormwood. Tal qual Last Hope, do Paramore, esta se tornou uma espécie de hino para um momento muito ruim da minha vida, que me permitiu focar em algo que não fosse a vontade de morrer, o constante medo e a ansiedade. A música me deu uma consciência plena de que algo estava muito errado em mim e um verso dela me fez encontrar equilíbrio entre quem eu não queria mais ser e quem eu ainda queria ser:
I know who I am now
And all that you've made of me
I know who you are now
And I name you my enemy
Conheci o Marble Sounds em 2010, com The time to sleep, mas no início deste ano eles lançaram um novo álbum e a canção (How It's Going to) End me ganhou nos primeiros segundos e, desde então, ouço-a muito. Tiveram meses que a única coisa que ouvi foi ela. Algo que amo absurdamente nesta banda é a sonoridade calma e profunda, que chega na alma da gente de um modo sensacional. Além da melodia, a letra significa muito para mim, de uma forma quase inseparável.
You took a step
Without looking back
But knowing too well
How it’s going to end
You’ve reached the point
You can’t pretend
Conheço o The Civil Wars (terá uma playlist sobre eles em breve, prometo!) desde 2012, por causa da trilha sonora do primeiro filme de Jogos Vorazes. Ouvia-os muito esporadicamente, mas no último mês voltei a ouvir Dust to dust compulsivamente. Não sei mais começar o meu dia sem esta música, pois a melodia dela me traz t-a-n-t-a calma e paz, que só tenho muita gratidão pela existência dela!
You've held your head up
You've fought the fight
You bear the scars
You've done your time
Melhor(es) texto(s) publicados aqui:
Rimas em saudades perenes, no mês de janeiro
Não podemos (nos) proteger para sempre, no mês de agosto
Durante o ano inteiro, eu só publiquei dois textos. Parece horrível, né? Mas, pra falar a verdade, eu estou feliz com isso. Porque essa parada com as palavras significou muito para mim. Foi - e ainda é - um processo para mim dominar melhor meus sentimentos e transformá-los em palavras necessárias. Ao longo da existência do blog, acho que escrevi muito sobre qualquer coisa e, este ano, percebi que escrevi apenas quando sabia que era verdadeiro, quando tinha que ser, realmente. A escrita ainda é a minha vida, é tudo o que realmente sou. E aprendemos sobre nós mesmos o tempo inteiro. Aprender é um processo, assim como a cura e a harmonia. De modo que esses dois únicos textos representaram muito bem esses três pontos sobre mim: o eu, a cura e a harmonia.
Para ler/reler:
///
Obrigada pela companhia durante 2016!
Que venham outras leituras e novas histórias inesquecíveis!
Love, Nina :)
Que linda você me agradecendo quando na verdade eu que deveria fazer isso! Sempre à sua disposição, sabe disso. Foi uma honra!
ResponderExcluirAgora preciso dizer que adoro esse tipo de post, porque sempre me apresenta muita coisa bacana. Decidi que vou dar outra chance ao Neil Gaiman, afinal estou com três livros dele aqui e uma vontade imensa de me aventurar no gênero da Fantasia com O Oceano no Fim do Caminho. E claro que não podia faltar Por Lugares Incríves aqui, né?
No fim, gostaria de dizer que você foi uma das poucas coisas boas que 2016 me trouxe e espero manter por perto no próximo ano. Então, não. A senhorita não irá se livrar de mim assim tão fácil! Hahahaha
Beijo da Sra. Marocas
www.blogrefugio.com
Oi, Sra. Marocas, obrigada por tudo <3
ExcluirP.S.: você também não vai se livrar tão fácil assim de mim haha.
We need talk about the melancolia. Quando assisti esse filme, eu queria muito alguém pra conversar sobre ele. Há muito tempo tenho tido um sonho repetido em que a lua entra em colisão com a terra. É sempre um pesadelo, pois quando me vejo ante a imensidão do universo e minha incapacidade de fazer algo contra a tragédia da morte inevitável, provoca uma melancolia, não é medo, é melancolia. Lidar com a certeza real da morte se difere e muito de lidar com a ciência da morte. Esse filme foi muito importante pra mim.
ResponderExcluirNossa, esse filme! Sim, nós precisamos falar sobre a melancolia. Na verdade, depressão. E a ansiedade e todos os outros transtornos :)
ExcluirEu não lembro se tive algum sonho assim, mas fiquei bastante obcecada por Antares e tudo mais.
Nina, você devia escrever mais. Talvez você não tenha a necessidade de escrever como eu, que sou completamente maluco. Se passo dois dias sem escrever algo que eu olhe e diga, esse sim é de meu estilo, sinto que sou um escritorzinho de merda sem talento algum, e começo ter pesadelos. Eu sou completamente maluco, eu sei... As vezes tenho medo de mim, das versões irreais que encontro em mim. Ninguém carrega mais transtornos psicológicos que eu. Boa noite!
ExcluirAmei, só livros incríveis. Caio Fernando Abreu é meu xodó.
ResponderExcluirhttp://devaneiodeflor.blogspot.com.br/
Sabe que não gostei de Melancolia? :( eu praticamente dormi o filme todo. Tentei assistir de novo e não rolou.
ResponderExcluirPequenas Epifanias é maravilhoso
Beijinhos, Helana ♥
In The Sky, Blog / Facebook In The Sky
Você tem um gosto muito bom! Adorei
ResponderExcluirSeguindo o Blog!
https://bibliotecacrazy.blogspot.com.br/
Oi!
ResponderExcluirAcho q não li nenhum desses livros ainda! Mas A Princesa Costureira é um desejado! E o do Gaiman está na tbr do torneio literario do geek freak hahaha
Li uns 4 ou 5 livros dele até agora e eu seriamente recomendo todos!
bjs e feliz ano novo
Nina minha querida, fiquei apaixonada por essas classificações que fizeste, eu amei a escolha de melhor livro infanto, realmente vou pesquisar para ler.
ResponderExcluirBeijinhos da Morgs!
Quero muito ler a obra de Caio Fernando e esse do Neil Gaiman que você mencionou.
ResponderExcluirAdorei o post!
Eu li O Oceano no Fim do caminho, mas confesso que detestei, pois no meu caso foi uma leitura bem entediante. Fiquei feliz em saber que você retomou o seu romance, que bom!
ResponderExcluirBjs!
Mininaaaaaa... Teu 2016 foi maravilhoso... Vamos voltar e trocar? Hahaha
ResponderExcluirAdorei o Blog, já ta salvo como favorito. ❤😍
Que linda publicação, confesso que não assisti/li/ouvi nada do que você citou mas olha, acho que vou parar de teimosa e vou ler por lugares incriveis, meu deus, tá pra nascer alguém que não se apaixonou por esse livro, e você gostou tanto que nem conseguiu fazer uma resenha? entendo bem
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirQue retrospectiva maravilhosa. Foram vários livros maravilhosos e cada um com seu gênero e o meu favorito é Young Adult. Não li nenhum livro que você indicou, mas fico feliz de saber que todos foram bons.
Adorei o post.
Beijinhos!
Olá,
ResponderExcluirEstou encantada com as retrospectivas que estou lendo/vendo, e a sua foi a mais diferente que encontrei, curti. É tão difícil escolher apenas um livro né? Ainda não fiz meu Top 10, mas já estou prevendo as complicações hahaha.
Há anos tenho o desejo de ler Sob a redoma, mas ainda não tive a oportunidade, espero mudar isso esse ano.
Beijos,
entreoculoselivros.blogspot.com.br
Ninaaaa
ResponderExcluirPoxa eu fiquei encantada com a descrição que fez em cada livro, o jeito que você li da com cada leitura, que leva realmente para seu lado pessoal, você consegue sugar as coisas boas de uma historia,para sua vida real, eu me vejo muito nessas situações, das quais livros me ajudaram muito em momentos difíceis, e feliz por ter conseguido dar continuidade ao seu romance.
Desejo tudo de bom pra você , quero poder acompanhar assim que termina a sua escrita.
Boa sorte
Beijos!
Olá, tudo bem? Nossa adorei essa retrospectiva. Abrange muito temas e diferenças além de dar seu toque a mais. Anotei algumas dicas boas haha <3
ResponderExcluirBeijos,
diariasleituras.blogspot.com
Oi, Nina! Estou salvando essa retro aqui para eu não perdê-la de vista, pois tem tanta referência legal que quero conhecer! Parabéns pelos posts sensacionais que estão sendo produzidos aqui. Espero que esse ano eu possa lhe ler mais. Hehe.
ResponderExcluirAguardando Rota de Fuga! <3
Um beijo,
Sâm.
www.escriturasdaalma.com.br