07 lições de 2017

No início do mês, fiquei muito empolgada com essa postagem, mas desisti porque, como ela é bem comum nessa época, percebi que poderia ser um clichê e, consequentemente, não interessar tanto assim aos outros. 

Mas, aí, lendo essas dicas da Aione, percebi que eu ainda queria muito escrever esse post, nem que fosse somente por causa de mim. 

PRESERVAR A SAÚDE MENTAL

A gente acaba aceitando diversas pequenas coisas, porque nos convencem de que a vida é assim mesmo e é melhor aceitar. Só que a verdade mesmo é que a gente não tem que aceitar coisas que nos prejudicam. A gente não deve dormir só cinco horas, não deve permanecer num lugar com pessoas tóxicas, não deve agir de um modo que não somos apenas por causa da sociabilidade e não devemos fazer o esperado apenas porque todos os outros estão fazendo. 

Faz pouquíssimo tempo que percebi que estar longe de tudo que não me faz bem me tem tornado a pessoa que eu sempre imaginei ser. Eu continuarei tendo problemas psicológicos, mas muito mais ciente de que, em alguns casos, poderei controlá-los se, simplesmente, mudar meus hábitos.

PACIÊNCIA, JOVEM PADAWAN

A minha ansiedade me convencia de que eu não sabia ser paciente. Durante muito, muito tempo eu vivi em um looping de sensações que nunca estavam realmente ali, porque eram sensações que nem ao menos ainda tinham acontecido. Eu não sabia esperar e eu nem ao menos tentava esperar, porque era muito mais fácil dizer que tudo estava dando errado.

A verdade sobre a paciência é que ela não é somente sobre querer que as coisas boas aconteçam, é também perceber que as coisas "ruins" acontecem e sempre vão acontecer e tudo bem. Saber entender minha ansiedade me ensinou paciência para conseguir aceitar que o mundo não vai parar por causa de mim. Esperar é, sim, angustiante - mas também oferece um tempo que precisamos para recolocar pensamentos em ordem e perceber novos caminhos. 

REORGANIZAR METAS & DESEJOS

Por eu estar a menos de quinze dias de me formar na graduação, tive que aprender a trilhar caminhos sozinha. Na faculdade, aprendi muita coisa tradicional que, de certo modo foi ok para eu ter um panorama sobre parte da minha profissão, mas eu sempre tive a sensação de que o que estava aprendendo não tinha a ver comigo. Foi somente nesse último ano que pude melhor rever todas as minhas insatisfações acadêmicas e aprender que existe um lugar para mim (certamente, não dentro do que o curso me ensinou). 

Eu passei muito tempo sem saber quais eram as minhas metas depois de formada, só sabia que queria fazer tudo ao contrário do que estava vendo no ambiente acadêmico. E, lendo A arte de pedir, da Amanda Palmer, percebi que fazer tudo ao contrário do que desejam e esperar de mim é muito mais quem eu sou.

VALE MESMO A PENA?

Aprender a dizer sim ou não quando queremos é difícil, porque significa que vamos oferecer aos outros o que eles não querem ou desejam, mas também significa que vamos respeitar mais quem somos. 

Nos últimos meses, eu percebi que quando falamos exatamente o sim ou o não que queremos dá um alívio muito grande. Além de preservar nossas fragilidades e não ultrapassar limites que sabemos que não queremos, estaremos lembrando que não somos obrigados a absolutamente nada que nos fira. Muitas situações não valem a pena, mas outras nos oferecem oportunidades únicas (e sair da zona de conforto, muitas vezes, pode ser exatamente o que a gente precisa).

AMOR-PRÓPRIO NÃO É EGOÍSMO

A gente precisa aprender a ir embora e que ir embora não é, necessariamente, desistir - mas lembrar que a merecemos nos priorizar. Tudo bem lembrar que, se não fosse quem somos, não teríamos suportado tanta coisa. Tudo bem lembrar que mudar planos é válido, que isso não significa não respeitar os outros; muitas vezes respeitamos os outros justamente porque defendemos os nossos interesses. 

E, acima de tudo, amor-próprio não quer dizer desprezo aos outros. É só que, às vezes, vale muito mais a pena dizer sim a nós mesmos do que aos outros. 

OUVIR O CORAÇÃO

Eu acho que absolutamente nada vai nos preparar para ouvir nosso próprio coração, até que a nossa única alternativa é fazer isso. Ouvir o coração tem a ver com respeitar o que queremos e não queremos, mas também com o que precisamos. Às vezes, o que precisamos não é o que queremos. 

 E ouvimos nosso coração de várias formas. Geralmente, eu faço arte. Escrevo. Eu ouço meu coração a partir da arte de várias pessoas: músicos, escritores, ilustradores e diretores. Eu acredito que fazer arte traz à tona o que mais precisamos. 

CONTINUE AMANDO O AMOR

Não estou falando somente do amor romântico. É verdade que toda e qualquer relação nos faz desmotivar a amar, porque as decepções sempre parecem maiores do que a vontade de continuar. Durante muito tempo eu nem soube como era carregar esperança, mas perceber que continuar com ela, mesmo que uma faísca, já era o suficiente. Amar o amor também é agradecer pelas coisas incríveis que nos acontecem, pelos destinos que nos unem a pessoas improváveis e pelos momentos que desistir não mais passa pela nossa cabeça. 

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Quais lições 2017 deixou para vocês? 

Love, Nina :)