Projeto Cartas: uma carta para quem é diferente
Oi, você.
Eu quero começar falando do discurso Somos todos iguais. Com certeza, você já ouviu isso na TV e já leu em todos os cantos da internet. Só que ninguém fala o quanto isso é uma mentira e uma injustiça. Nem mesmo perante à lei somos iguais - pelo menos não na prática. Essa frase só é bonita na teoria; quando se passa para o mundo real, ela deixa de existir.
Primeiro que não somos robôs ou clones. Você é igual - 100% mesmo - à outra pessoa? Nem mesmo se tiver uma irmã-gêmea isso é verdade. Geneticamente, sim. Mas, com certeza, será diferente em todo o resto. Em algum momento da vida, vai parar de se vestir igual, vai frequentar outros tipos de lugares, vai se apaixonar por pessoas que não têm correlação alguma com a sua irmã. Ou seja, vai querer se afastar o máximo possível dessa referência padrão.
Na verdade, todos nós crescemos com o ideal de ser diferente. Vamos atrás atrás disso como dá: não seguindo a galera pop da escola, lendo livros dark, componho músicas estridentes, escrevendo sobre assuntos "polêmicos", não escolhendo o emprego formal ou cultivando o silêncio ao invés da gritaria cacofônica mundial.
Ao se acreditar que somos iguais, inclusive, matamos nossa individualidade. Fazer parte do coletivo é, diariamente, ser moldado por ele. Você ouve o que todo mundo ouve, come o que todo mundo come, repete as mesmas frases, ama do mesmo jeito sem contestar o porquê. Parece que a vida já está toda pronta para você e, assim, não precisa pensar muito no porquê está escolhendo ou não escolhendo tal coisa. Você pode dizer que é porque gosta ou não gosta, mas, na verdade, não sabe realmente se é você que gosta ou a sociedade.
Para sair desse transe, você pode começar a acreditar que tem o livre-arbítrio.
Você pode escolher parar de acreditar no que o mundo te diz. Porque ele te diz coisas que nem são exatamente para você. É para todos e qualquer um. Ninguém está, realmente, te vendo. Só vão te enxergar quando você sair do padrão. Porque, aí, cuidado: você é uma ameaça. Como ousa sair do cercadinho criado para controlar toda a sua vida? Como ousa dizer não para a sociedade?
Mas é só depois do não é que percebemos que existimos. E, então, começamos a existir unicamente pra nós mesmas.
Começamos a (nos) amar do jeito que queríamos ter aprendido desde o início.
Começamos a parar de expor partes da nossa vida que nem mesmo sabíamos por que expúnhamos.
Começamos a lembrar que o sucesso social não importa de verdade.
Começamos a desenvolver habilidades que nos tinham podado.
Começamos a lembrar que o diferente é algo bom e incrível.
Espero que você continue diferente, porque todo o resto eu já vi, ouvi, li e desamei.
Imagem: Brooke Shaden.
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O Projeto Cartas é temático e mensal.
Dá para conferir os seis próximos temas AQUI.
Love, Nina:)
Oi Nina tudo bem? Nós vivemos em uma sociedade preconceituosa tudo que é diferente ou fora dos padrões, é visto com certo receio, mas temos que evoluir não é mesmo? Então sobre o Projeto Cartas para quem é diferente, parabéns, e que venham outros para servir como incentivo. Bjs!
ResponderExcluirOi Nina, eu entendo que esta frase se refere "teoricamente" aos nossos direitos, mas nem isso é garantido, sempre o rico se dá melhor, a mais bonita consegue o cargo mesmo não sendo a mais capacitada, e assim por diante. A sociedade é preconceituosa e até nós mesmo já nos pegamos julgando pela roupa que o outro usa e até por seus gostos literários. Achei super válido o teu texto mas estamos longe da perfeição.
ResponderExcluirBjos
Vivi
http://duaslivreiras.blogspot.com/
Olá, Belo texto é verdade o que você disse em tudo,mas somos preconceituosos em tudo querendo ou não mais também temos que nos esforçar para mudar isso
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirQuando um texto fala com você e te toca de verdade, o que podemos fazer, com toda a sinceridade, é agradecer à sua autora. Te agradeço imensamente por ter escrito esse texto, por ter dando essas palavras que me tocaram e me fizeram refletir tanto. Maravilhoso!
Abraços
Olá, muito interessante o seu post, somos todos igualmente humanos mas com uma diversidade enorme, e, realmente, se ousamos sair do senso comum, corremos risco de sermos criticados por fugir do padrão.
ResponderExcluirInfelizmente vivemos em uma sociedade que ainda tem muitos tabus e preconceitos, o que é bem triste. Por uma época que não tenha nada disso, seria ótimo. Criticas demais nunca fez bem.
ResponderExcluirBeijos
Olá,
ResponderExcluirAchei triste o texto, mas ao mesmo tempo bem verdadeiro. Entendo a questão de sermos todos iguais não nos diferencie e nos apague, mas também é um modo de inclusão. Muito boa a sua reflexão.
Debyh
Eu Insisto
Nem me atentava a frase que mencionou e isso se deve ao fato de que tenho as minhas convicções e uma delas é achar que todos devem ser tratados como iguais, mas não significa que realmente o somos, a minha individualidade me permite pensar assim e meu livre-arbítrio que permite agir assim com o próximo. Eu escolho tratar a todos como iguais, independente de cor, sexo, religião ou tantas outras coisas que faz de nós seres únicos. Adorei o texto, me fez refletir.
ResponderExcluirAbraços.
https://cabinedeleitura0.blogspot.com/
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirAchei a carta muito tocante e reflexiva. Parece que passamos a vida inteira com as pessoas querendo nos moldar, colocar em um padrão, como se existisse um modelo que todos deveríamos seguir. Porém, cada pessoa é única e o que nos torna especiais são justamente nossas individualidades. Não é fácil deixar de tentar seguir o que o mundo diz, especialmente porque as pessoas têm a tendência de tentar se encaixar no padrão da sociedade.
No entanto, uma hora a gente acaba aprendendo que o que importa mesmo é ser feliz e se aceitar como é.
Parabéns pelo texto e pelas reflexões que trouxe.
Beijos!
Oi, Nina!
ResponderExcluirEu gosto bastante desse projeto de cartas e achei muito interessante a reflexão que você nos proporcionou através desse texto. Por mais que devamos nos tratar como iguais, somos todos diferentes e a nossa individualidade deve ser respeitada acima de tudo.
Olá Nina, tudo bem? Eu ainda não conhecia esse projeto de cartas mas, achei ele muito interessante e os outros temas também. Como você disse em sua carta, nunca seremos iguais no máximo parecidos, as pessoas precisam parar de querer usar essa frase como se ela realmente tivesse algum valor, ser diferente é bom! Cada um tem a sua individualidade.
ResponderExcluirBeijos e Abraços Vivi
Resenhas da Viviane
Aah que texto maravilhoso de se ler ♡
ResponderExcluirAcho muito bacana essa diferença entre as pessoas e a forma que isso nos faz únicos.. a frase é realmente linda mas esta longe de ser realidade e nosso dia a dia mostra isso.. viva as diferenças!!
Beijos
Oi Nina, este foi um dos textos que mais gostei deste projeto. Não é fácil ser diferente, assim como também não é fácil ser igual. Somos jogos de uma lado para o outro a todo instante. Temos que aceitar que somos únicos e com características proprias que nos tornam diferentes e iguais a todos.
ResponderExcluirBjs Rose
Olá, tudo bem Nina?
ResponderExcluirEu leio os seus textos de vez em quando e esse foi o que mais gostei até o momento. Realmente o que nos faz ser únicos é o fato de sermos diferentes do próximo.
Abraço!
Oi Nina, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei esse projeto, ainda não conhecia. Você trouxe um tema muito importante. Acho que ele é a raiz de muitos dos problemas que nós temos. Justamente sermos todos diferentes é que incomoda e acaba gerando ações desumanas e inacreditáveis, pois tenta-se impor esse padrão de igualdade em vários aspectos da nossa sociedade. Sua carta ficou ótima!!!
beijinhos.]
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com/
Olá,
ResponderExcluirPrimeiro de tudo, como você escreve bem! Chega dar gosto ler seu texto. Enfim, a mensagem que você quis passar é algo para ser refletido, concordo que não somos todos iguais, por mais que (acho) seria mais fácil convivermos, porém é justamente nossas diferenças que nos fazem ser quem somos.
Beijos,
oculoselivrosblog.blogspot.com.br/
Oi.
ResponderExcluirAcho que isso é uma coisa que percebemos conforme envelhecemos. Quando eu era mais nova, tudo o que queria era ser igual aos outros, falar e fazer o que as pessoas esperavam. Conforme fiquei mais velha fui percebendo que era normal ser diferente e começando a fazer o que realmente queria, ao invés de ficar tentando adivinhar o que esperavam de mim. Creio que faça parte do crescimento.
Adorei o texto e as reflexões.
Beijos.