Nossas cores & Escrito em algum lugar: representatividade LGBT
Em setembro eu li apenas histórias LGBT e duas delas foram os contos Nossas cores, do Adriel Christian, e Escrito em algum lugar, do Vitor Martins. Ambos são lindos e merecem atenção quanto à representatividade atual.
Apesar de serem contos nos revelam coisas incríveis e bonitas.
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Nossas cores se passa em 2010, ou seja, quem foi pré-adolescente ou adolescente deve lembrar bem das modinhas. Aqui somos apresentados à Giovanah, uma cadeirante que é apaixonada pela melhor amiga. É bonita maneira como a personagem não entra numa crise gigante, mas tem medo de revelar seus sentimentos.
A partir de Giovanah somos levados de volta à onda colorida do pessoal do Restart e Cine e aos programas da MTV. É muito natural como essas coisas são inseridas à narrativa e me fez demais lembrar de mim mesma (apesar de eu não ter sido fã do Restart ou do Cine, mas eu era/sou do Paramore, então acho que conta???).
Apesar de a narrativa ser muito bonita, eu a achei infantil, mas acho que tem a ver com o fato de como as pessoas adolescentes eram na época. Outra coisa que é inserida ao conto é o contato internético com os falecidos Orkut e o MSN. Uma coisa que ficou bem confusa foram os bordões atuais no meio das mensagens, acho que o autor quis adicionar para dar um ar de engraçadinho, mas acho que não funcionou, porque não era a linguagem de 2010.
Afora isso, eu gostei demais da representatividade. É muito difícil ver uma personagem cadeirante e o autor soube usar isso muito bem, inclusive fazendo pequenas críticas sociais. É uma história bonita e leve que nos faz pensar sobre mobilidade e acessibilidade, assim como aceitação e respeito. Para quem passou por 2010, vai sentir aquela famosa saudade!
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Como sempre, estou aqui para enaltecer a literatura do Vitor Martins. Escrito em algum lugar fala sobre um jovem adulto que precisa enfrentar a si mesmo para poder ver o show de uma boy band que voltou a fazer turnês. Antônio é fã do Triple J e vai ter a oportunidade de, finalmente, ver a banda ao vivo. Como seus amigos não estão a fim de acompanhá-lo, Antônio vai sozinho comprar o ingresso.
Na fila, ele conhece Gustavo, outro jovem adulto que tem que enfrentar o preconceito de si mesmo por gostar de uma boy band. Enquanto os personagens conversam, o leitor vai descobrindo cada vez mais sobre Antônio. É linda a maneira como o Vitor consegue equilibrar cenas engraçadas com as emocionais.
O conto fala sobre relacionamento abusivo, homofobia e amor. É uma história engraçada e doce ao mesmo tempo. Vemos também o mundo internético nesta história, o que a torna muito real e relacionável.
Eu amo o modo como o Vitor consegue falar sobre uma juventude atual, que busca pela liberdade e que fala sobre humanidade e seus sentimentos. É impossível não torcer para o casal, assim como é impossível não se emocionar com absolutamente tudo. É um conto lindo demais, de um poder incrível.
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Vocês já conheciam os contos? Leem literatura LGBT? Acho que ambos são incríveis para quem ainda não leu nada sobre essa literatura, especialmente porque ela fala de juventude, acolhimento e amor.
Love, Nina :)
oiê!
ResponderExcluiré uma honra pra mim estar numa resenha junto com algo do Vitor Martins. ele é uma inspiração pra mim e adoro muito o seu trabalho! <3
muito, muito obrigado pelo tempo que tu dedicou pra ler o meu conto e pra produzir a resenha. isso significa muito pra mim, principalmente por me sentir bastante inseguro pra publicar a minha primeira história. te agradeço também pelos toques referente ao desenvolvimento da história... com certeza vou me atentar nos próximos projetos!
bjo!
Oi, amei conferir suas considerações sobre esses dois contos. Achei muito legal a ambientação do primeiro ser em 2010, eu era adolescente na época e sinto saudades daquele tempo. O conto do Vitor é um que quero muito ler para conhecer a escrita dele.
ResponderExcluirLi o conto do Vitor e lembro dele no processo de escrita comentando no twitter, fora que ele basicamente profetizou a volta dos Jonas Brothers. EU adorei a história porque eu sou muito fã girl de tudo, então me senti compreendida kakaka é muito doce mesmo, e fala de coisas pesadas sem perder ritmo e leveza de narrativa.
ResponderExcluirNão conhecia os contos, mas confesso que já fiquei curiosa pelos dois, mas principalmente pelo do Vitor, pois eu tenho uma grande curiosidade em conhecer suas obras. Já vou adicionar esses contos para ler em breve.
ResponderExcluirBeijos,
Blog PS Amo Leitura