A arte te manda de volta pra casa

Eu sou uma pessoa que acredita na arte. Eu acho que tem alguma coisa nela de tão nós mesmos que nos aproxima de quem somos. 

A partir da arte somos revelados. 

A partir da arte nós podemos ser quem quisermos. 

É nela que a gente reconhece um coração humano batendo: toda a raiva, todo o amor, toda a angústia, toda a tristeza, toda a alegria. A arte é um espelho.

A arte nos impulsiona. Nos dá coisas para acreditar: um novo mundo, um grande amor, uma cor indecifrável que pulsa dentro da gente. 

A arte está na gente, nas pequenas coisas. 

A arte é você, é quem você é, do jeito que você é. 

É por causa dela que eu decidi marcá-la para sempre em mim (mais uma vez).

A arte nos transforma, nos aproxima mais de nós mesmos — quem a gente realmente é, não quem a gente mostra ser. 

Você entende o quanto cabe na arte? Cabe o mundo, cabe eu e você e todos os seus amigos. Porque a arte são palavras, e tinta, e nota musical, e madeira, e olhos, e mãos, e corações, e tudo o que somos. 

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A arte é esperançosa — ela quer que você faça alguma coisa dela. Você sentiu aquela cor como um laranja pôr-do-sol? Você escutou aquele violão que ritma no compasso do seu coração? Você leu aquela frase que nunca mais esqueceu? 

Quando consumo arte, eu quero mais — mais da esperança, mais do amor, mais da irmandade. Eu quero todo o mundo, eu quero um mundo novo. 

A arte abranda o medo, o pavor, a ignorância. A arte te mostra um caminho. 

A arte te manda de volta pra casa.

A arte te dá pelo que lutar — pelos outros e por si mesma. Ela não vai te deixar desistir, ela não vai te deixar em paz. 

A arte quer te mostrar que ainda vai dar pé. Que o oceano não vai te engolir viva. 

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Eu convivo com transtornos psicológicos desde o final da adolescência e eles apareceram mais contundentemente na faculdade, a partir de 2013. Desde então eu tento sobreviver, todo dia é uma batalha por sobrevivência. 

E, felizmente, eu tenho mulheres incríveis para me ajudar (inclusive a minha terapeuta). Em 2016, eu fiz a minha primeira tatuagem, porque eu precisava me lembrar constantemente que havia luz, que havia uma saída. Essa semana, depois de anos sabendo que ainda preciso de lembretes, fiz mais três tatuagens. 

Em cada uma delas está uma Nina diferente, uma Nina que sobreviveu, uma Nina que ainda tem esperança. 

born to be brave, porque eu sei como é sobreviver todos os dias. Eu já tinha ouvido Born this way um milhão de vezes, mas nunca tinha reparado nessa frase (sabe quando você canta sem se importar com a letra?). Então, teve um dia que eu vi essa frase escrita pela Lady Gaga num story dela. E, na mesma hora, a frase ficou. Ela me puxou de volta para mim. Ela fez uma mágica tão grande, que eu soube que essa seria a minha próxima tatuagem. 

Entre 2015 e 2016, a música que eu mais ouvi foi Last Hope. Essa música me acompanhou num período bem ruim da minha vida, no qual eu queria largar de viver o quanto antes. Na primeira vez que vi o clipe de Last Hope, eu chorei. Quando me reencontro com ela, é sempre incrível. Ela me dá força, me faz entender que, apesar de tudo, eu ainda quero acreditar. Ela é a música da minha vida. Eu quero acreditar que viver é bom. Então, tatuei um spark, para me lembrar que uma pequena faísca pode ser o essencial para eu seguir em frente:

A última tatuagem foi completamente por impulso, mas sei que nunca vou me arrepender. Desde que Lover, da Taylor Swift, estreou, eu elegi daylight como a minha favorita. Eu a ouço em basicamente qualquer momento: por alegria, por tristeza, por querer esperança. Ela me lembra que eu sou o que amo e que o meu passado não me define. Que os dias ruins vão acontecer, mas que eu também posso ter dias de paz. 

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Espero que você descubra muitas artes pelo caminho que te faça autodescobrir, autoamar e continuar. 

Que a esperança seja mais alta que o medo em nossos corações ★❤

Love, Nina :)